sábado, 22 de outubro de 2011

Espontaneidade burra.


Enquanto eu lavava meu carro em um lava-jato localizado no Guará, sentei em uma cadeirinha de espera e ao lado havia uma confusão de jornais e revistas,  passando a mão cheguei a quase escolher para passar meu tempo uma Caras da vida, mas vi de relance uma foto de um senhor com uma cara vampiresca, e a escolhi sem nem pensar...

Abri a revista e percebi que a manchete principal naquela hora não seria a mais importante, logo no começo havia uma entrevista maravilhosa com um psiquiatra inglês, que tb foi motivo de inspiração para mim.

Mas ao passar umas folhinhas a frente me deparei com um artigo da Lya Luft sobre FELICIDADE...

Ela começa falando que não dará receita de felicidade, porque não tem, e que não dará lição de coisa alguma porque não quer, mas em um artigo sobre felicidade é possível? Acredito que se realmente o artigo for sobre felicidade é impossível, mesmo se fosse um artigo sobre a semântica da palavra, porque até para fazer as comparações e dar sinônimos, necessitaria duma visão completamente pessoal sobre o tema.

Pois é, ela deu a receita dela, e ficou claro que o motivo do medo de passar tal lição, era a de ser taxada como quem escreve autoajuda, fazendo toda uma introdução para justificar porque começa a falar sobre um tema tão gasto e já sem sentido. A vontade de ser políticamente correta na minha opinião tirou a qualidade de um texto que em suma é muito bonitinho e fala verdades. Ela termina dizendo que simplicidade é a melhor rima para felicidade, sem dúvidas se o texto tivesse sido mais simples no que diz respeito à escrever o que se pensa, teria sido mais feliz.

Acredito que por ser clichê falar sobre felicidade, as pessoas falam fraquinho, deixam passar muitas vezes, e até fogem dessas conversas. Chegamos ao cúmulo de falar algo que não acreditamos só para  não ser dito algo que vão achar cópia. A espontaneidade burra. Não falar hj em dia é ser espontâneo, e sensato, legal, mas deixar de SER só para evitar julgamentos aí é demais para mim.

Acho que deveria ser ao contrário, por ser clichê deveríamos entrar de "sola", colocar a boca no trombone!

Os clichês na maioria das vezes são verdades quase que absolutas, só que não aguentamos mais ouvir falar, e ficamos impressionados com palavras que brilham e conteúdos cultíssimos.

CUIDADO! NEM TUDO QUE RELUZ É OURO!

2 comentários:

  1. Arrasou Daniel!!!
    Com certeza a maioria das pessoas usam de "clichês" para falar sobre diversos temas... Penso que está faltando criatividade e coragem para falar o que realmente se sente.
    Em síntese, falta ousadia, para tentar falar algo novo e inesperado... Pois talvez isso traga um grande impacto e choque em um primeiro momento... Mas só ousando para, posteriormente, descobrirmos que o novo (a espontaneidade inteligente e original) pode ser mto mais interessante que algo já "pré-estabelicido" em frases feitas!
    Gde bjo, gostei mto do seu texto!!!

    Laura Ribeiro.

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  2. Para além do teu texto, parabenizo a tua "reflexão". Hoje em dia é "démodé" falar sobre a felicidade, sobre como suas escolhas refletem diretamente na sua vida, falar sem restrições como o amor é libertador, como um relacionamento íntimo e desprendido de dogmas com Deus/Jesus nos traz alento, como o sentir precisa ser exteriorizado sem determinados esteriótipos, enfim, como o humanismo é importante e traz, inevitavelmente, vida e alegria. Contudo, querido, o MEDO tomou conta da humanidade. Medo de errar, de verbalizar, de gritar, de se entregar e, óbvio, de simplesmente SER! E, sobretudo, SER UM SER HUMANO! Permitir-se discutir e também ser discutido. Sim, pois as pessoas não aguentam mais certas críticas, querendo ser perfeitas, olvidando que é da nossa imperfeição que nos aperfeiçoamos. Eis a palavra: permitir-se! Graça e Paz. Tathiana Lessa

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